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quinta-feira, julho 31, 2003


Uma agradável surpresa


Para meu agrado, a minha mais-que-tudo, acedeu a escrever um post para colocar aqui.
É com prazer que passo a transcrever:

Estou sentada numa esplanada numa rua onde ninguém passa, onde nada acontece, onde nada se ouve.
Só um pardal por aqui passou. Mas está tanto calor que não ousou voar. Saltitava, como se tivesse molas nas suas duas patinhas. Como se, ao abrir as asas, lhe fugisse a sombra e corresse o risco de derreter ao sol.
Detesto o calor! Cheguei ao ponto em que estou contente por me bater na cara uma brisa que me refresca nos seus trinta e oito graus.
Maldita variação, raios partam o buraco do ozono, ou o que quer que seja que provoca este inferno.
Piscinas públicas(!), sugerem. A praia(!), acenam.
Qual quê? Aturar 350 mil outros que se regozijam com água contaminada ou areia nos cantos dos olhos?
Prefiro esta esplanada no meio de uma rua desconhecida onde os pardais saltitam e os cães se esqueceram de ladrar.
by Sandra






Queixumes Lusitanos


O Português que se queixa das filas nas finanças é,
o mesmo que não pára na passadeira.
O Português que se queixa dos impostos é,
o mesmo que não os paga.
O Português que se queixa do nosso cinema é,
o mesmo que nos obriga a levantar, depois de o filme ter começado.
O Português que se queixa dos bairros de lata é,
o mesmo que atira maços vazios para o chão.
O Português que se queixa do custo de vida é,
o mesmo que invade as terras Algarvias.
O Português que se queixa de Portugal é,
o mesmo que não se queixa de si próprio.
O Português que tanto se queixa é,
o mesmo que já devia estar calado.
E agora calo-me eu,
pois sou o mesmo que também já se queixou.






Tenho um filme no canto do olho


Bonga compõe para o cinema.
in Correio da Manhã

Para quando Toy e Paul Thomas Anderson ?






Informação rodoviária


No domingo passado regressei a Lisboa, vindo de Ovar, utilizando a famosa auto-estrada do norte, a.k.a. A1.
É uma viagem agradável e calma, monótona até, rodeada de mata e floresta entrecortada por viadutos aqui e ali e, como único momento mais apetecível, a descida tipo montanha-russa lá para os lados de Fátima, na qual, temos de resistir a entrar naquelas saídas de emergência para camiões desgovernados.
Bocejando, entro na área de serviço de Santarém para dar de beber aos cavalos e engolir um café enquanto observo lá fora a pista de corridas.
Ligo novamente a ignição, percorro os corredores de acesso à auto-estrada (porque me sinto um piloto de Fórmula 1 nessas alturas?) e, preparo-me para mais 80 kms de marasmo.
No entanto, o caso muda de figura e, os últimos 60 kms de A1 são acompanhados por centenas de condutores mal informados, para os quais pretendo esclarecer alguns pontos.

Primeiro, em caso de existirem 3 faixas de rodagem na mesma direcção, a faixa central não é de presença obrigatória. A faixa da direita existe, e qualquer boato sobre não ir para o céu devido à sua utilização não passa disso mesmo. Se mesmo assim persistir o receio, recomenda-se a colocação duma nossa senhora no tablier e, já agora, daquelas que até mudam de côr conforme a temperatura.
Desta forma não só os prezados condutores seguem o vosso caminho mais confiantes, como, ao ir atentos à coloração da santa transformada camaleão, esqueçem até de andar a ultrapassar os veículos da faixa central, a velocidades tais que até os insectos se divertem a "rabeá-los".

Não quero ser mal entendido. Não pretendo armar-me em Barrichello do asfalto nacional. Mas se é para circular a 70 kms por hora na faixa da esquerda, prefiro ir dar umas voltinhas no kartódromo de Evóra.






Quem nos protege da imprensa?


A Sic divulga a conversa telefónica que deu origem à prisão preventiva de Paulo Pedroso.
Desculpem-me o tom mais exaltado, que tentarei não voltar a usar. Mas neste momento só consigo dizer:
Sr. Balsemão, mas afinal que merda vem a ser esta??!!






Senta-te e chora


Faço zapping durante duas horas pelos canais nacionais.
Desligo a televisão.
Coloco "Hail to the Thief" no leitor de cd's.
Ponho a tocar a faixa "We suck Young Blood".
Sento-me e choro.





quarta-feira, julho 30, 2003


Blóscares na imprensa internacional!


A menos de uma semana da entrega dos prémios, são já muitas as notícias e, também os boatos, sobre as futuras estrelas da blogosfera. Isto promete.







10 coisas que gosto e nunca contei a ninguém:


- Engolir os caroços das cerejas
- O genérico da Universal
- Letras com relevo na capa dos livros
- Chiar pneus nos parques de estacionamento
- Quando os pivots dos telejornais perdem o teleponto
- Parar nas estações de serviço das auto-estradas
- Cortar carne crua
- Deitar garrafas no vidrão
- Recolher o fio do aspirador
- Ler os catálogos da Lego






Passeio, escuto, procuro e, encontro posts com as mais variadas formas.
Entre eles "Oi, Tudo bom?" e "Festa Bicha". Fico, então, de olho nestes meninos.





terça-feira, julho 29, 2003


Novamente na primeira linha!


A Origem do Amor volta a surpreender os seus quatro leitores.
Ainda está fresco o post em que anunciámos em primeira mão, o filme "Sarnento-The Movie", mas podemos avançar com novas e incríveis notícias, acabadinhas de chegar directamente do nosso contacto em Hollywood.
Depois de termos sido os primeiros a mostrar a nível internacional o poster do filme eis, que nos acaba de chegar às mãos o argumento, da autoria de Christopher McQuarrie, o mesmo argumentista que assinou guiões de sucesso tais como "The Usual Suspects" e "The Way of the Gun".
Depois de muita discussão e, mesmo correndo o risco de um processo de milhões de dólares, resolvemos publicar aqui uma pequena parte do guião, previamente traduzido.
Apenas pedimos em troca, que caso a Universal nos leve à barra dos tribunais, os nossos leitores levem-nos diariamente à prisão, prints dos blogues nacionais.

INT. RTP – GABINETE 742 – DIA

Sentado no seu gabinete CARLOS PINTO COELHO lê um LIVRO, quando entra a secretária SUSANA com um JORNAL na mão.

SUSANA: Sr. Carlos, Sr. Carlos, tem de ler esta notícia !!!
CARLOS: (aborrecido) Ó Susana, por favor, agora não posso ...
SUSANA: Mas Sr. Carlos, é sobre o seu programa !
CARLOS: (fechando o livro) Deixa lá ver isso. Detesto que me interrompam quando estou a ler o Paulo Coelho.

CARLOS pega no JORNAL e olha para a primeira página onde se lê a notícia “Programa OLHA É A VIDA cancelado”. CARLOS cerra os punhos amachucando as margens do jornal.

SUSANA: (nervosa) Foi o Sr. Sarnento ...
CARLOS: (levantando-se enfurecido) Como é que ele se atreve ? Quem é que aquela formiga pensa que é, hem ?

CARLOS veste o casaco e dirige-se para a porta.

SUSANA: Onde vai Sr. Carlos ? O que digo às pessoas do programa.
CARLOS: Diga que não se preocupem ! Eu vou para a assembleia.

SUSANA pega no TELEFONE e começa a marcar um número. CARLOS sai e fecha a porta com violência.

INT. ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA-GABINETE DE SARNENTO – DIA

Sarnento encontra-se no seu gabinete fumando um CHARRO e vendo o canal ntv na TELEVISÃO. Batem violentamente à porta.

SARNENTO: (apagando apressadamente o charro e abanando o ar à sua volta) Vou já, só um momento.

SARNENTO abre a porta. CARLOS entra violentamente e agarra SARNENTO pelos colarinhos.

CARLOS: Ó meu grande merdas, como te atreves a acabar com o meu programa ?!!!
SARNENTO: (visivelmente acagaçado) Não fui eu, não fui eu, foi o Rangel !
CARLOS: Não me mintas miserável !
SARNENTO: Eu juro que não fui eu !!! O teu programa é o único que eu vejo ! Gravo e tudo.

CARLOS olha para a televisão e vê que está sintonizada na NTV. Atira um chapadão em SARNENTO que cai no chão. Ao cair SARNENTO engole por acidente uma barra inteira de haxixe. SARNENTO começa a sufucar..

CARLOS: ahhh ... o que se passa ? ... Precisas de ajuda ?
SARNENTO: (falando com dificuldade) Nã..o ... con..si...go ... gasp .. respirar

CARLOS dá-lhe um palmada nas costas. SARNENTO engole a barra inteira e fica no chão tentado recompôr-se a suar.
Entra de rompante no gabinete MANUELA FERREIRA LEITE.

MANUELA: (gritando) Meu incompetente !!! Tu sabes a que preço andam as viajens hoje em dia !!!
SARNENTO: (levantando-se) Não te preocupes manela, eu disse aquilo só por dizer. Eu é que mando na televisão. Vou obrigar o José Rodrigues a anunciar que a declaração das viagens foi uma manobra da oposição.
CARLOS: (agarrando novamente os colarinhos de Sarnento e levantado a mão): Então sempre foste tu meu pulha !
MANUELA: (para Carlos) E tu tá lá quietinho !!! Vai-te lá embora ! Vai ler o livro da Margarida Rebelo Pinto que te dei no Natal.
CARLOS: Só saio daqui quando este badameco me disser que o OLHA, É A VIDA não vai acabar.
SARNENTO: (rindo) Vai esperando sentado...

CARLOS atira um forte soco em SARNENTO que é projectado contra a parede do gabinete. SARNENTO vira-se para carlos visivelmente irritado.

SARNENTO: É a última vez que me bates !!! Estou a avisar.

CARLOS corre para SARNENTO e com um salto rotativo atira um pontapé em SARNENTO que vai cair no chão, batendo com a cara na televisão.
SARNENTO levanta-se tremendo de raiva, passa a mão pela boca e verifica que está a sangrar do lábio.

SARNENTO: Eu disse que era a última vez ...
CARLOS: (agarrando Sarnento pelos cabelos) Porquê ? Bates-me, é ???

O corpo de SARNENTO ganha uma coloração laranja e começa a crescer a um ritmo vertiginoso rasgando as suas roupas. CARLOS larga-o e recua até à parede. SARNENTO levanta-se e grita enquanto vai crescendo. CARLOS olha de boca aberta, à sua frente SARNENTO com 3 metros de altura, e o corpo laranja coberto de gigantescos músculos.
SARNENTO olha para CARLOS bufando de raiva. MANUELA foge do gabinete.

EXT. RUA DA ASSEMBLEIA. NESSE MOMENTO

Um casal de namorados passeia no passeio em frente da assembleia quando ouvem um grande estrondo vindo do edifício. Um corpo é projectado de uma janela da assembleia e cai na estrada junto deles. O homem que ainda está vivo tenta levantar-se com dificuldade. No momento em que consegue levantar-se é atingido por um camião de exteriores da RTP e tem morte instantânea.

NAMORADO: (falando para a namorada enquanto continuam a andar) Olha ! Acontece ...

INT. CORREDORES DA ASSEMBLEIA. NESSE MOMENTO

SARNENTO atravessa os corredores gritando. Aparece PAULO PORTAS rodeado de militares armados.

PAULO PORTAS: Lá está ele !!! Atirem a matar !!!

Os soldados disparam sobre SARNENTO, mas as balas não provocam qualquer efeito sobre ele.

SARNENTO: (rugindo) Sarnento esmagar homenzinhos verdes com pistolas !!!

Com um murro SARNENTO projecta 4 soldados contra a parede. Os restantes fogem aterrorizados.

PAULO: (gritando para os soldados) Onde vão ??? Voltem aqui !!! Vocês são a honra deste país !!!

SARNENTO salta até ao pé de PAULO e agarra-o com uma mão.

PAULO; Não !!! Por favor !!! Por Portugal !!!
SARNENTO: (rugindo para Paulo) Eu é que sou o número dois ! Sarnento esmagar jornalista pequenino !!!

Chega correndo ao corredor DURÃO BARROSO.

DURÃO: Não Sarnento !!!

SARNENTO olha para DURÃO.

DURÃO: Não faças isso ... Ele não mereçe o teu esforço ... Olha para ti ... Estás maravilhoso, meu filho. Agora ninguém nos vai parar. Eu e tu juntos vamos esmagar a oposição e governar como quisermos. Até o Bush e o Blair se vão curvar diante de nós.
Olha para ti.... és único !

SARNENTO começa a acalmar-se aos poucos.

DURÃO: Deixa-o ir ... Vou contar à imprensa tudo o que sei sobre a Moderna. Vai apodrecer numa cela.
PAULO: Não !!!! Prefiro morrer !!!

SARNENTO pousa PAULO que se ajoelha no chão a chorar.

DURÃO: Agora vai meu filho e procura o Ferro, o Carvalhas e o Louçã. Faz com que sintam a fúria laranja em todo o seu esplendor..

EXT. ASSEMBLEIA. NESSE MOMENTO

SARNENTO sai da Assembleia rebentando a porta e os pilares. As pessoas na rua gritam e fogem. SARNENTO olha em seu redor. Cerra todos os músculos e solta um violento rugido que faz estremecer tudo em redor. De seguida e de um só impulso salta até à 24 de Julho, onde dá novo impulso até à Margem Sul e desaparece em gigantescos saltos pelo horizonte.






É Oficial !!!


A Universal acaba de anunciar que se encontra em pré-produção, o seu novo filme baseado em heróis de banda desenhada. Depois de "Spiderman", "X-Men" e "Daredevil", chegou agora a vez de "Sarnento". É também a primeira vez que um personagem da BD portuguesa invade os ecrãs de Hollywood.
Muito se tem especulado sobre quem protagonizará o papel do gigante laranja, mas quanto à realização já foi avançado o nome de Mathieu Kassovitz ("La Haine").
A Origem do Amor não conseguiu ainda saber pormenores do filme, mas desde já e em exclusivo internacional, aqui fica o poster.








quarta-feira, julho 23, 2003


Uma pequena pausa - parte 2


Desta vez não é para ir a banhos.
Sigo com a trouxa toda para os Encontros de Cinema de Avanca (essa antevisão dos blóscares).
Vou tentar achar um computador com net para postar, caso contrário, domingo prometo contar tudo.






As origens


Quem leu o primeiro post aqui do je, sabe que a designação deste blog foi inspirada no filme "Hedwig and the Angry Inch", mais propriamente numa das músicas do dito cujo.
Ladies and gentleman, i'm proud to present, the:


ORIGIN OF LOVE

When the earth was still flat,
And the clouds made of fire,
And mountains stretched up to the sky,
Sometimes higher,
Folks roamed the earth
Like big rolling kegs.
They had two sets of arms.
They had two sets of legs.
They had two faces peering
Out of one giant head
So they could watch all around them
As they talked; while they read.
And they never knew nothing of love.
It was before the origin of love.

The origin of love

And there were three sexes then,
One that looked like two men
Glued up back to back,
Called the children of the sun.
And similar in shape and girth
Were the children of the earth.
They looked like two girls
Rolled up in one.
And the children of the moon
Were like a fork shoved on a spoon.
They were part sun, part earth
Part daughter, part son.

The origin of love

Now the gods grew quite scared
Of our strength and defiance
And Thor said,
"I'm gonna kill them all
With my hammer,
Like I killed the giants."
And Zeus said, "No,
You better let me
Use my lightening, like scissors,
Like I cut the legs off the whales
And dinosaurs into lizards."
Then he grabbed up some bolts
And he let out a laugh,
Said, "I'll split them right down the middle.
Gonna cut them right up in half."
And then storm clouds gathered above
Into great balls of fire

And then fire shot down
From the sky in bolts
Like shining blades
Of a knife.
And it ripped
Right through the flesh
Of the children of the sun
And the moon
And the earth.
And some Indian god
Sewed the wound up into a hole,
Pulled it round to our belly
To remind us of the price we pay.
And Osiris and the gods of the Nile
Gathered up a big storm
To blow a hurricane,
To scatter us away,
In a flood of wind and rain,
And a sea of tidal waves,
To wash us all away,
And if we don't behave
They'll cut us down again
And we'll be hopping round on one foot
And looking through one eye.

Last time I saw you
We had just split in two.
You were looking at me.
I was looking at you.
You had a way so familiar,
But I could not recognize,
Cause you had blood on your face;
I had blood in my eyes.
But I could swear by your expression
That the pain down in your soul
Was the same as the one down in mine.
That's the pain,
Cuts a straight line
Down through the heart;
We called it love.
So we wrapped our arms around each other,
Trying to shove ourselves back together.
We were making love,
Making love.
It was a cold dark evening,
Such a long time ago,
When by the mighty hand of Jove,
It was the sad story
How we became
Lonely two-legged creatures,
It's the story of
The origin of love.
That's the origin of love.

Song written by Stephen Trask







Vantagens(I)


Descubro a primeira vantagem da blogosfera.
Não vejo televisão há três semanas ...






Batman


Graças ao Cineblog descubro Batman vs Joker vs Alien vs Predator vs Predator(x3) vs Alien(xMuitos).






Comunicado à blogosfera


A Origem do Amor tem a honra de anunciar, que a 4 de Agosto de 2003, terá aqui lugar a cerimónia de entrega dos primeiros Blóscares 2003.
Ligue-se pelas 22:00h e assista à entrega dos vários prémios incluindo, a Migalha de Bronze, a Migalha de Prata e a tão cobiçada Migalha de Ouro.

Para quem liga a essas coisas a nossa emissão começa em directo às 21:30, para vos dar as últimas directamente da passadeira vermelha.






terça-feira, julho 22, 2003


pub


Abriu a Igreja do Imaculado Blog.






A reunião de condóminos


Faz em Agosto cinco anos que comprei casa.
Passados uns meses da alegre compra, os primeiros sintomas de construção à "Pato Bravo" manifestaram-se, tais como, infiltrações nas paredes, canalizações vindas de um episódio da "Twilight Zone", entre tantos outros defeitos.
A construtora abriu falência, para fugir à obrigação das reparações, imposta pela lei e respectiva garantia do prédio. O processo arrasta-se em tribunal e, nos últimos quatro anos pouco se adiantou.
Na próxima reunião de condóminos vou apresentar à mesa, a seguinte proposta:

"O inquilino do 4ºB, vem por este meio propor aos restantes condóminos, a realização de uma orgia entre os inquilinos do prédio a realizar na casa da porteira. De seguida, proponho processármos a construtora, alegando danos irreparáveis de saúde causados por uma pneumonia geral devida ao sexo encostado às paredes que se encontram com infiltrações. Tenho razões para crer, que este processo será resolvido em poucas horas e, finalmente poderemos receber as indemnizações em falta à quatro anos.

Com os meus melhores cumprimentos
Inquilino do 4ºB "






Ai, ai ...


Volto a ler o post anterior.
Definitivamente começei a perder o juízo.






My Religion


Alguns posts atrás afirmei que era acólito.
Foi apenas um desvario, uma brincadeira sem malícia, envolvendo a palavra acólito com alcoólico e, sem qualquer intenção de ofender qualquer religião.
Eu, na realidade, não sou acólito.
Mas também não sou ateu, porque esta palavra é criada numa concepção religiosa do mundo, sendo o ateu aquele que não acredita em divindades, definição que à partida supõe a existência de tais presenças.
Agnóstico, não posso ser, pois não dirijo o meu pensamento em função de qualquer filosofia, nem tão pouco, procuro explicação e sentido para tudo o que me rodeia.
Não sou acólito, ateu, agnóstico, seguidor de escritos hindus, budistas ou muçulmanos.
Sou um mortal encarpado, liberto de imortais e piruetas.






Distribuição de bem-haja (I)


Um bem-haja para Terras do Nunca que nomeou a Origem do Amor, para a categoria de melhor título. No entanto, aviso desde já que caso me seja atribuído o dito cujo, não estarei presente na cerimónia, por me encontrar a banhos com a Charlize Theron.






Os meus banhos em três actos


1.
Várias horas passaram desde que os telhados de Lisboa que beijam o Tejo, rolaram debaixo de mim e, ficaram para trás. Os prédios deram lugar à planície, esta que convidou os montes, estes que me apresentaram o mar.
Um sargo já assou no braseiro, e eu, de gula satisfeita e paladar ternamente acariciado, caminho para a esplanada do parque, tomando o Eça nas mãos e, inalando pelo caminho cheiros de outros braseiros onde crepitam carnes, peixes e pimentos.
Encontram-se três casais no café, aqui e ali ouve-se uma mãe chamando uma criança e, mais distantes, latidos soltos de um canídeo. Já com um quente café na mesa e o serpenteante fumo do cigarro subindo aos céus, entrego-me aos prazeres dos contos queirosianos.
2.
Aos poucos, subtilmente sem anunciar a sua chegada, uma transformação conspira lentamente em meu redor e, as claras linhas do Eça tornam-se turvas, fruto de uma atenção dispersa em vários atentados à concentração literária. Ocorreu o milagre da multiplicação.
A esplanada encheu-se de mil e uma pessoas, cada uma com mil e uma vozes. Oito(!) crianças espevitadas acariciam o meu fiel companheiro de cauda a abanar e, uma delas mais catraia, solta estridentes guinchos de excitação, que servem de substituto às carícias, impedidas pelo receio do toque.
Uma família daquelas que vibra orgásticamente com a enchente da esplanada, escolhe para poiso de adoração a mesa ao lado da minha, mostrando a ausência de um único pingo de inteligência para constatar que a sua cadela que se encontra no cio, despertará forças inimagináveis no meu cão, que os meus músculos difícilmente podem controlar.
Para ajudar à festa, começa a festa e, um improvisado baile explode à minha volta animado pela banda convidada, que não se decide entre o Sting e os Canta Brasil.
Expelindo bafos dignos do mais quente dos infernos, abalo com firmes passadas, segurando o cão numa mão e o Queirós na outra.
3.
Recolho à solidão e silêncio da caravana. Ao longe, o burburinho do bailarico torna-se imperceptível.
Aqueço café, afago o cão e, calmamente reabro o Eça para então ler o seguinte:
" Àquela hora, decerto, Jacinto, na varanda em Torges, sem fonógrafo e sem telefone, reentrado na simplicidade, via, sob a paz lenta da tarde, ao tremeluzir da primeira estrela, a boiada recolher entre o canto dos boiadeiros."






Nem o Paulo Coelho?


"O livro do Jardel foi o único que li até hoje."

Jordana Jardel in CM 17-7-2003






Sinto-me perdido. Ao fim de cinco dias de descanso perdi a linha lógica dos meus blogs preferidos.
Tento agora recuperar, mas ó mãe, eles são tantos !!!

Não posso deixar de reparar numa referência ao blog aqui do je, no Crónicas Matinais. Também TheOldMan, visitou aqui o burgo e, não só esclareceu dúvidas teológicas no seu consultório, como me alertou para o facto de possívelmente eu ter que fugir para o brasil por uns tempos e, abrir os jornais das oito. Para ambos que são imprescindíveis nas minhas leituras diurnas, um grande bem-haja.





segunda-feira, julho 21, 2003


Voltei, voltei.


O que devia ter "postado" e não o fiz, por me encontrar a banhos:

Quinta: Passa-me aí o creme.
Sexta: Migas, por favor.
Sábado: Busca!
Domingo: Tá fria, Porra!!!
Segunda: Já?





quinta-feira, julho 17, 2003


No calmo improviso do poente


Eu, o Eça, o Martel, o Beckett e o Kundera, vamos a banhos.

Até para a semana.





quarta-feira, julho 16, 2003


Última hora


Estavam no café o Zé, o Manuel e o João.
Falavam de Camacho,
toques polifónicos e, do novo Audi.
O empregado aumenta o volume do televisor.
As vozes calam-se e aguardam com suspense que o locutor se manifeste.
- O pedido foi indeferido - anuncia o jornalista
Estavam no café o Zé, o Manuel e o João.
Voltaram a falar de Camacho,
toques polifónicos e, do novo Audi.






Surge um cheirinho na blogosfera


Descubro uma agradável surpresa. O cozinheiro promete ser uma delícia.






A primeira imagem


Depois de finalmente resolvida a questão sobre como fazer post de imagens, um novo problema surgiu. O que seria digno de incluir para estreia? A resposta surgiu, vinda da minha direita e, abanando a cauda.







Ó rapaz, não era preciso dizer tanto!


Acabei de ver "Sonhos desfeitos" e garanto-vos que esperava um resultado positivo. Tal não aconteceu e, o filme embora contenha momentos a reter, não funciona como um todo. Não sou crítico de cinema, não possuo a cultura cinematográfica suficiente para tal, nem nenhuma veia jornalistica que me permita depurar o conteúdo de um filme e transcrever a análise para um artigo. Mas como hoje estou virado para citar palavras de outrem, apoio-me em Robert Mckee e, no seu livro sobre argumento "Story", para explicar a razão do meu descontentamento:

"On the screen there's no place to hide. If a screenwriter fails to move us with the purity of a dramatized scene, he cannot, like a novelist in authorial voice, or the playwright in soliloquy, hide behind his words. He cannot smooth a coating of explanatory or emotive language over cracks in logic, blotchy motivation, or colorless emotion and simply tell us what to think or how to feel."

"Story is about respect, not disdain, for the audience."





terça-feira, julho 15, 2003


The birds


Hoje li o post no Abrupto sobre a revolução na blogosfera e a explosão do número de criadores e leitores. Mesmo sendo novo no pedaço, também já notei que "os" de "cima" começam a sentir-se invadidos por uma turba de "turistas" olhados com elevado grau de desconsideração. Foi também hoje que um amigo, me deu a conhecer sobre a agradável forma de empréstimo "O Vagabundo" de Khalil Gibran. No seu interior encontrei um texto que dedico a todos "os" de "cima":

A águia e a cotovia

ERA uma vez
uma águia e uma cotovia
que se encontraram sobre a rocha,
no alto duma colina.

- Bom dia, minha senhora,
disse a cotovia.
A águia olhou com desdém
e disse desinteressadamente:
- Bom dia.

- Espero que tudo corra bem, minha senhora,
acrescentou a cotovia.

- Sim, disse a águia.
Tudo corre bem.

Mas não sabes que somos a Rainha das Aves,
e não deves dirigir-te a nós
sem que te falemos primeiro?

- Parece-me, respondeu a cotovia,
que somos ambas da mesma família.

A águia tornou a olhá-la com desprezo,
e disse:
- Quem é que afirmou alguma vez
que tu e eu
éramos da mesma família?

- Queria apenas lembrar-vos uma coisa,
insistiu a cotovia;
posso voar tão alto como vós,
posso cantar e dar prazer
a outras criaturas da Terra.
E vós não lhes dais prazer nem gosto.

Ao ouvir isto, a águia enfureceu-se
e disse:
- Prazer e gosto!
Mesquinha criatura presunçosa!

Com uma só bicada
poderia destruir-te.
Tens o tamanho da minha pata.

Então a cotovia levantou voo,
pousou nas costas da águia
e começou a picar-lhe as penas.

A águia aborreceu-se,
voou alta e rápida,
para se livrar do passarito,
mas não conseguiu.

Por fim desceu outra vez
sobre a mesma rocha,
no alto da colina,
mais irritada que nunca,
com a avezita às costas
e maldizendo a sua sorte.

Precisamente nesse momento
chegou uma tartaruga
que desatou a rir do espectáculo;
e com tanta vontade se riu
que esteve a ponto de dar a volta.

A águia olhou com desprezo
e disse:
- Tu, lenta criatura,
que te arrastas pela terra,
de que te ris?

- Rio-me, respondeu a tartaruga,
porque vejo que te converteste em cavalo,
montada de uma avezita,
e que tal avezita
é melhor ave do que tu.

- Vai tratar da tua vida, indignou-se a águia.
Isto é assunto de família
entre mim
e a minha irmã cotovia.





segunda-feira, julho 14, 2003


Perdão, acólito.






Sou alcoólico.






Sondagem no masculino


Fica aqui lançada a intrigante dúvida para ser votada no masculino.

Qual o pior castigo que uma mulher pode dar a um homem ?

1 - Seis meses sem sexo ?
2 - Enganá-lo com o melhor amigo ?
3 - Obrigá-lo a lavar o fogão ?






Transformem-me em kitsch


Aqui vão algumas curiosas dissertações de Milan Kundera sobre o kitsch:

"Um mundo onde a merda é negada e onde todos se comportam como se ela não existisse. O Kitsch é, por essência, a negação absoluta da merda; tanto no sentido literal como no sentido figurado, o kitsch exclui do seu campo de visão tudo o que a existência humana tem de essencialmente inaceitável."

"No reino do kitsch, exerce-se a ditadura do coração. Claro que é necessário que os sentimentos suscitados pelo kitsch possam ser partilhados pelo maior número de pessoas. Assim, o kitsch não apela para o insólito; apela, isso sim, para algumas imagens-chave profundamente enraizadas na memória dos homens: a filha ingrata, o pai abandonado, as crianças a correr num relvado, a pátria traída, a recordação do primeiro amor.
O kitsch faz-nos vir duas lágrimas aos olhos, uma logo a seguir à outra. A primeira diz: Que coisa bonita, crianças no relvado ! A segunda diz: Que coisa bonita, comovermo-nos como toda a humanidade se comove quando há crianças a correr num relvado. Só esta segunda lágrima é que faz com que o kitsch seja o kitsch."

"O kitsch é o ideal estético de todos os politicos, de todos os partidos e de todos os movimentos politocos."

"Nenhum de nós é super-homem e escapa totalmente ao kitsch. Por muito que o desprezemos, o kitsch não deixa de ser parte integrante da condição humana."

E para finalizar em beleza:

"Antes de nos esquecerem, hão-de transformar-nos em kitsch. O kitsch é a estação de correspondência entre o ser e o esquecimento"

Milan Kundera - "A insustentável leveza do ser"





sábado, julho 12, 2003


O mister é que sabe


"O Português trabalha com vontade e dedicação, se lhe forem fornecidos objectivos claros e metas a atingir"
Declarações de Luis Filipe Scolari à Antena 1






Agarra-te a mim querida ...


O leitor vai beber um copo ao Lux e entre um passo de dança, um raio de luz e uma celebridade menor, eis que avista uma donzela que o encanta. Para sua admiração o olhar é retribuido e, ela vê em si um príncipe encantado. Isto significa que a noite está a começar bem e geralmente acaba com umas agradáveis cambalhotas nos seus lençóis. Nos dias que se seguem o caminho para o ninho de amor é conseguido através de um jantar, um passeio na praia ou uma ida ao teatro. Mas mais cedo ou mais tarde ela vai sugerir que aluguem um filme para ver em casa. Como provavelmente o leitor quererá continuar as cambalhotas com a princesa descoberta é bom que saiba escolher o filme em questão, para não cair no risco de atirar um Steven Seagal a alguém que prefira o Edward Norton, pondo em risco uma noite de brincadeira depois de surgir "The End". Para todos vós aqui vai um guia dos filmes a escolher relacionados com a sua nova cara metade.

Portanto, se Ela é:

- Virgem: "American Pie"
- Frígida: "Solaris" (o rabo do Clooney pode fazer milagres)
- Tímida: "Nove semanas e meia"
- Casada: "Sexo, Mentiras e Video"
- Assustadiça: "Scream"
- Religiosa: "A última tentação de Cristo"
- Ninfomaníaca: "O dia da independência", "Godzilla", "O Patriota"
- Menor de idade: "A última caminhada"
- Irritante: "Hulk"
- Gorda e feia: "O Homem Elefante"
- Lésbica: qualquer filme porno
- Viciada na Internet: "A rede"
- Advogada: "Kramer contra Kramer"
- Jornalista: "O Informador"
- Publicitária: "O fabuloso destino de Amélie"
- Modelo: "A Bela e o Monstro", "Bambi", "Dumbo" ou "Aladino" (versões dobradas em português)
- Professora: "A Pianista"
- Psicóloga: "Melhor é impossível"
- Ex-namorada: "10 coisas que odeio em ti"
- Serial killer: "Uma história simples"
- Nadadora-salvadora: "Tubarão"
- Freira: "Citizen Kane"
- Celebridade portuguesa: "Nothing Hill"
- Empregada de balcão: "Nothing Hill"
- Operadora de Call Center: "Nothing Hill"
- Secretária: "Nothing Hill"
- Enfermeira: "Por um fio"
- Cinéfila: "Cleópatra" Director´s cut
- Dona de casa: "A residência espanhola"
- Emigrante de Leste: "Da Rússia com amor"
- Rica e Divorciada: "Quatro casamentos e um funeral"
- Rica e Solteira: "Viram-se gregos para casar"
- Rica e Feia: "American Psycho"
- Militante do Bloco de Esquerda: "Larry Flint"
- Militante do PCP: "Titanic"
- Militante do PS: "Magnolia"
- Militante do PSD: "Mr. Deeds"
- Militante do PP: "O grande ditador"
- Militante dos Verdes: "Libertem o Willy"






O efeito dos efeitos


3:05. Acabo de chegar a casa. As últimas duas horas e quinze minutos foram muito bem passadas na companhia de um homenzinho com um temperamento "sui generis" e, uma capacidade para se descontrolar e soltar a sua raiva nos outros. Não. Não me estou a referir a Octávio Machado se bem que este também já foi verde em tempos. Refiro-me a Bruce Banner também conhecido (para os amigos) como "Hulk". Mas antes de me expressar sobre a magnífica adaptação conseguida por Ang Lee, convido o leitor a uma viagem pelo tempo, recuando dezoito anos.

Corria o ano de 1985. Na Rússia, Chernenko morria e Mikhail Gorbachev subia ao poder. Em Inglaterra, cientistas britânicos alertam para um buraco na camada de ozono na Antártida. Nos Estados Unidos, o realizador Milos Forman e o seu "Amadeus" ganham ambos um óscar. Mas algo que também envolve a terra do tio Sam e o cinema, passou despercebido a muitos. A Industrial Light and Magic (ILM), empresa de efeitos especiais de George Lucas, é convidada a "pôr" o dedo no filme "Young Sherlock Holmes" criando uma sequência em que uma imagem de um cavaleiro pintada num vitral, ganha vida própria e invade o "mundo real". Qual a extrema importância deste facto, pergunta o leitor. A importância desse senhor cavaleiro ser a primeira personagem digital totalmente gerada em computador, a contracenar na invenção dos Irmãos Lumiére.
Na altura apenas os interessados nestas coisas tomaram atenção e o caso foi esquecido e arrumado numa prateleira, até que 1989 James Cameron foi vasculhar a arrecadação. Criou então juntamente com a ILM uma maravilhosa criatura à base de água, no claustrofóbico "Abismo", e contente com os resultados usou a mesma fórmula (desta vez com mercúrio) para o quase invencível T-1000 em "Terminator 2". No entanto os realizadores continuavam com dúvidas sobre esta novidade em forma de código binário, que representava apenas no interior de um computador e resolveram esperar para ver. Ora, quem não gostou muito destas esperas e de ficar a olhar foi o visionário Steven Spielberg e confiando nos conselhos de quem o rodeava, resolveu recorrer a esta técnica para dar vida aos dinossauros no seu "Jurassic Park", e convenceu o mundo inteiro que estava a assistir ao nascimento de uma nova era cinematográfica.
Surgiram então variadas personagens digitais que tentavam sempre pisar mais longe, algumas delas agradáveis criações tais como o cão Milo em "The Mask"(1994), o fantasminha em "Casper"(1995) e um dragão que era um autêntico Sir em "Dragonheart"(1996). Mas em geral e, depois dos dinossauros de Spielberg, o descalabro foi total e o efeito passou apenas a a servir para causar efeito. Realizadores como Roland Emmerich, Luis Llosa, Ron Howard, entre outros, trouxeram-nos pãezinhos sem sal tais como "Godzilla", "Anaconda", "Mighty Joe Young", "Jar Jar Binks" e tantas outras criaturas com uma única função cinematográfica: encher o olho. O digital passou a servir aranhas, tubarões, criaturas de outro mundo e tudo o mais que servia para conceder um lado entertainment aos filmes.
Felizmente em 2002, Peter Jackson bateu com a mão na mesa e para mostrar o quão habituado estava a bonecos, trouxe-nos o mais maravilhoso boneco de sempre da era digital, de seu nome Gollum em "Lord of the rings". Pela primeira vez, uma criação 3D tornou-se uma personagem memorável, complexa e credível fazendo-nos esqueçer até o seu berço. Regressamos ao nosso 2003 para agradecer a Ang Lee o facto de seguir as pisadas de Jackson ao criar o seu "Hulk". Convêm lembrar que o filme é um blockbuster, mas este é um bom blockbuster. Confesso que o medo era muito porque ao contrário da maioria os meus heróis favoritos não eram o "aranha" ou o "wolverine", mas sim o imenso gajo verde que frequentemente se passa dos carretos. Nota-se que Lee tinha o poder do "final cut" e que mais uma vez a escolha não poderia estar mais correcta visto o filme tratar-se, no meu ponto de vista da melhor adaptação cinematográfica de sempre de um herói de B.D. à grande tela (desculpem-me os fãs de "Batman" de Tim Burton) e, como diz e bem Vasco Câmara no Suplemento Y -Esse realizador, arriscou-se a criar um monstro, o "summer action blockbuster". Pior do que isso: a fazer do "summer action blockbuster" uma coisa bizarra, distorcida, esquizofrénica, o "blockbuster de autor!"-.

Portanto temos sim um blockbuster de verão recheado de efeitos, mas recheado também de sequências memoráveis tais como o primeiro encontro de Hulk com a Dra. Ross e, a discussão/luta final de Bruce com o pai. Têm tiros, explosões e porrada q.b., mas aproveita também para nos falar de amor, inveja, revolta, frustação, ambição e desejo. O efeito dos efeitos é aplicado da melhor forma ao melhor dos heróis e àquele que tem em seu redor algumas das melhores e mais metafóricas de sempre, personagens secundárias do universo dos comics da Marvel, e o único sabor amargo que nos fica na boca ao sair da sala é nunca chegar a ouvir a frase "Hulk esmagar homenzinhos verdes".





sexta-feira, julho 11, 2003


A ditadura do aquário


Nos meses de Julho e Agosto milhares de cidadãos portugueses, rumam aos mais variados destinos para gozar de uma assentada, as férias concedidas. Infelizmente, encontram-se entre os veraneantes, uma espécie altamente necessária à nossa saúde mental: Os donos do café ali da esquina.
Pastelaria Coimbra, Café do Rui, O Piodão, Café Mimoso, e outros tantos, apresentam na porta o papel que nos informa "encerrámos para férias". Ali ficamos de pé a observar o aviso e as cortinas fechadas e, percorre-nos um vazio e desnorte. Sentamo-nos no carro ainda a olhar a encerrada porta como se esperássemos ainda avistar o tão amado proprietário no ritual, do tirar o café.

Acabamos por aceitar o inevitável e procuramos uma nova capelinha. Assim fiz e entrei naquele que dá pelo curioso nome de "Aquarius" (engraçado notar que esta pastelaria encontra-se pelo menos em Alfragide, Carnaxide e TwinTowers. Qualquer semelhança com o nome é pura ficção.)
Desde logo, os habitués me analisam. No primeiro dia não querem saber de mim, mas lá pelo quinto dia, entre galões, bolos e torradas, nos seus pensamentos já ecoa: "Olá ... Este aqui outra vez ?".
Depois de ter que pedir o café e o salame, que outros estabelecimentos já sabem ser regra, encontro um canto afastado deste território já ocupado, e passo a tentar conhecer o meu novo poiso. Procuro sem sucesso, o prato do Benfica, o isqueiro do Sporting e a garrafa de wishky do F.C.P. Procuro nas paredes, inscrições que possam trazer reconfortantes recordações à memória tais como "As bebidas expostas são para consumo da casa"; "Tabaco só ao balcão"; ou mesmo "Há caracóis", sem sucesso. Mas aquilo que encontro é curioso. Pela primeira vez avisto um papel em que, nas suas letras de impressora podemos ler: "É proibido estudar". Aqui está então, num café para mim virgem, de seu nome "Aquarius", que se encontra a resposta para o baixo grau de sucesso escolar em Portugal. Somos um povo de mar, pataniscas e cafés.

Ora um estudante não estuda na Praia por várias razões tais como o reflexo do Sol nas folhas do livro que torna dolorosa a leitura, assim como não se pode comer uma patanisca enquanto se estuda pois corre-se o risco de besuntar as folhas de gordura, e os manuais escolares estão cada vez mais caros. Restava ao estudante português o café. E agora o café avisa-nos de que é proibido estudar. Estamos sem solução à vista e por mais reformas do ensino, debates nas escolas e reuniões de associação de pais, o verdadeiro problema está a passar despercebido.

Aqui solicito a ajuda de toda a população, que armados com tudo o que encontrem no chão, venham invadir este estabelecimento e expulsar estes ditadores que querem vedar o conhecimento aos nossos jovens. Destruam o opressor. Mas só em Agosto, porque então, o Café do Rui já tornou a abrir.






O sexo dos Clones


Chegou-me esta dúvida por e-mail, a propósito de clonagem:
"Alguém que tenha relações sexuais com o seu próprio clone, comete incesto, é gay ou, está a masturbar-se ? "
Peço desde já ajuda ás instituições competentes (provavelmente "omeupipi" e a revista "Maria") que analisem o caso aqui exposto, para que possamos chegar à mais pura verdade, para interesse e segurança dos cidadão de Portugal.





quinta-feira, julho 10, 2003


Ainda sobre a bíblia


Ora aqui está um must: http://www.thereverend.com/brick_testament/





quarta-feira, julho 09, 2003


Procurando respostas: Na Bíblia


Achei que o mais lógico seria iniciar a minha busca de respostas, naquele que é considerado por muitos "o livro da vida" ou "a mais bela história de todos os tempos", o best-seller a "Bíblia Sagrada".
Confesso-vos que já a li de uma ponta a outra e, aconselho a sua leitura a todos os demais. Confesso-vos também que não encontrei nada no interior deste maravilhoso livro que me fizesse mudar a minha teimosa opinião que o homem criou Deus, independentemente do dia que escolheu para tal criação, e se porventura achou e passo a citar "que aquilo era muito bom". Mas para não agitar as almas dos antigos escribas do antigo testamento vamos partir do pressuposto que Deus criou o homem no quinto dia e que achou que aquilo era muito bom.

Ora, todos nós já ouvimos as nossas avós contar o tão mediático episódio do pecado gastronómico, cometido por Eva e Adão no Jardim do Éden, e que envolve uma peculiar maçã que ao ser digerida, forneçe não só vitaminas mas também, e pasme-se o leitor, o conhecimento absoluto do bem e do mal. A leitura deste caso de polícia onde figura também como principal suspeito uma serpente ( que acabaria por ser detida preventivamente e obrigada a rastejar para sempre), deu origem ao longo dos tempos a variadas análises metafóricas sobre o seu real significado, e deu pano para mangas.
Mas mais curioso é uma simples frase contida neste invulgar episódio, que passa despercebida aos olhares menos atentos e, que pode fornecer-nos respostas bem concretas aos porquês da vida. A determinado momento da história, Eva e Adão que já apresentavam os primeiros sintomas de intoxicação alimentar, deram-se contas que estavam nus e coseram folhas de figueira para com elas poderem cobrir a cintura. Adão então, ouvindo os passos de Deus escondeu-se. E é aqui que o inesperado surge. O texto afirma que nesse momento "Deus andava a passear no jardim, pela fresca da tarde".
Retenha o leitor esta frase enquanto avançamos um pouco mais no relato do Génesis.

A nossa pesquisa leva-nos a factos importantes tais como: A Adão foi dito que só à custa de muito trabalho conseguiria arranjar o necessário para comer; A Caim (que de tanto medo que teve até influenciou o queixume dos cães) foi prometido que a terra por mais cultivada que fosse nunca lhe daria riqueza; A Noé foi concedida a discriminação de ter que construir um barco de cento e cinquenta metros em sete dias e, no mesmo curto período encontrar provisões para diferentes milhares de espécies animais e, numa altura em que ainda não tinham sido publicadas as Viagens do Beagle; Mais tarde também Maomé teve de andar a orientar milhares de pessoas de um lado para o outro e, o não menos famoso Jesus teve até de ser crucificado. Portanto, o todo poderoso Deus que criou a Terra, os céus e os peixes, do nada com um estalar de dedos (e achou que era muito bom), obrigou a partir do sétimo dia e para todo o sempre, o homem a andar ocupado com tarefas quase humanamente impossíveis. E para quê ? Meus senhores, para que a partir do sétimo dia, Deus, pudesse andar a passear pela fresca sem preocupações.

É aí e não na maçã como nos querem fazer crer, que se encontra o conhecimento absoluto. É daí que vem a minha mensagem para todos vós: Crescei e passeai. A partir de hoje passaremos todos a passear pela fresca, e quem chegar a alguma conclusão apite.






Dia 0 do meu blog.


Sim, dia zero. Se os anos também começaram em zero, resolvi iniciar da mesma maneira a contagem das entradas neste espaço virtual.
Porquê ? Porque existe uma ínfima possibilidade de um dia eu tornar-me alguém famoso. E se tal acontecer, dentro de mil anos haverá um tremendo debate sobre qual o ano que realmente assinala o milénio deste blog.
Portanto isto já começa "emperrado".

Quanto ao pomposo título ... A Origem do Amor. Falarei eu desse misterioso sentimento. Será um blog romântico ? Um cantinho para o namoro ? Não . Muitas vezes a resposta para os problemas complicados é a solução mais simples, e sim, a tomada está ligada.

Hoje, quando lia no jornal, mais um artigo dedicado ao boom de blogs portugueses, decidi que também eu criaria o meu. Com que fins, não faço ideia, mas nunca se sabe quando poderá ser necessário. E como a cavalo dado não se olha o dente, aqui estou eu. Por coincidência, ou talvez não, foi também hoje que vi pela primeira vez o filme Hedwig - A Origem do Amor.
Sobre o filme falarei mais tarde, pois ainda estou a recuperar do estaladão de qualidade cinematográfica que acabei de levar.
Percebi, no entanto, que acabei de ver um filme que me marcou imenso. O meu tributo a todas as sensações que a obra visionada criou em mim é aqui aplicado sobre a forma de título de blog.

Quanto ao futuro ... logo se vê.

Manifesto Editorial

A ORIGEM DO AMOR assume-se como um blogue sem qualquer dependência de ordem ideológica, política e económica.

O seu autor define-se como sentimental, romântico, justo e, compreensivo, alargando estas virtudes (ou defeitos) a tudo o que escreve n' A ORIGEM DO AMOR.

A ORIGEM DO AMOR não sendo um blogue para os amigos é, no entanto, um blogue amigo.

O seu autor tentará manter, sempre que possível, um tom descontraído e solto nos posts a publicar, evitando, polémicas, sensacionalismo, e guerras "bloguisticas".

A ORIGEM DO AMOR não responderá, nunca(!), a ataques meramente destrutivos, aceitando com prazer qualquer critica ou chamada de atenção, desde que, de carácter construtivo.

O seu autor tentará, na medida do possível, responder a todas as mensagens a si dirigidas, independentemente da origem e conteúdo das mesmas.

A ORIGEM DO AMOR não reconhece no Site-Meter um índice de qualidade. Todos os blogues merecem o respeito e atenção deste blog.

O seu autor ao referir outro autor, ou outro blog, não espera ser mencionado ou de alguma forma retribuído. A liberdade de cada "blogger" é um direito fundamental a respeitar.

A ORIGEM DO AMOR e o seu autor assumem-se como Portugueses, optimistas, e acreditam no futuro.

O seu autor, embora tenha já descoberto o amor, promete não abandonar a incessante procura da origem do mesmo.








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