domingo, dezembro 05, 2004Natal, o que é?, 1O Pai Natal, Parte 1 O senhor risonho das barbas brancas é talvez o nosso primeiro contacto com o conceito de um mito. Sabemos que as crianças vivem o momento, não pensando no futuro, ou no passado, e por isso só em Dezembro voltam a lembrar-se da misteriosa existência do Pai Natal. As visitas à cozinha passam a estar marcadas por olhares desconfiados em direcção à chaminé; a pequena representação é retirada do topo da árvore e ficam a olhar para ele; e na última noite é vê-los de pijama, cotovelos no parapeito, olhando o céu e embaciando os vidros com a respiração. Nenhuma criança aguenta uma directa, e esta a explicação para a força do mito do Pai Natal. Daí que as mães e os pais, inteligentes, entregam os presentes na manhã do dia 25. O Pai Natal esteve em casa, e para o ano vai voltar, até aquele dia em que o Pai Natal não volta, porque não existe, mas entretanto a mítica encheu a imaginação e ficará para sempre como o adorável senhor bonacheirão. ![]() Após a reforma protestante, o culto a São Nicolau desapareceu em todos os países protestantes excepto na Holanda, onde a sua lenda persistiu (Sinterklaas, uma variação holandesa do nome do santo). Os colonizadores holandeses levaram consigo esta lenda até Nova Amesterdão (agora New York City) no século XVII. O nome Sinterklaas foi adaptado para o Inglês (a língua mais falada no território colonizado) tornando-se Santa Claus, enquanto que a sua lenda acabou por se fundir com contos tradicionais dos países nórdicos Europeus onde um mágico punia as crianças más e recompensava as crianças boas. Actualmente a nossa visão e representação do Pai Natal está mais ligada a um conjunto de três eventos ocorridos a partir de 1800 do que à lenda de São Nicolau: Um poema de Clement C. Moore (1823), um conjunto de ilustrações de Thomas Nast para a Harper’s Weekly (1863), e uma campanha da Coca-Cola (1931-1964). De São Nicolau apenas resta a noção de alguém bondoso que vestia um fato vermelho e branco (as vestes tradicionais dos bispos da época). Mas essa história fica para mais tarde. Agora é chegada a hora do deitar. (A seguir: O Pai Natal, Parte 2) [update]: Neste site podem encontrar vários livros sobre São Nicolau. |