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sexta-feira, dezembro 31, 2004








quinta-feira, dezembro 30, 2004


30.Dezembro.2004 (à noite)


Durante todo o dia senti uma ansiedade crescente em mim, e alguns tremores no corpo. Não poderá ser por andar nu, pois sou Deus Vivo e Rei e uma divindade não sente frio. Bem, no entanto, acabei por comer o Luís Delgado e os estagiários. Já domino 99% da blogosfera, faltando-me apenas engolir o verme que teima em resistir e que, confesso, ainda não encontrei forma de espezinhar. Estou com uma divinal dor de cabeça, tudo me parece confuso, e é como se alguém dentro de mim estivesse a consumir-me. Não sei o que tudo isto será. Vou deitar-me um pouco.






30.Dezembro.2004


Ao acordar, qual não foi o meu espanto quando reparei que 15 bloggers se amotinavam contra o meu reinado, agitando cartazes e gritando palavras de revolta nas escadarias deste blogue. Concedi-lhes a vida eterna e transformei-os em estagiários do Luís Delgado. Já consigo voar, embora baixinho. Organizei cartas com pedidos misericórdia que me enviaram, rejeitando-as a todas, e fui pagar a conta da electricidade. Concedi a vida eterna ao Luís Delgado.





quarta-feira, dezembro 29, 2004


29.Dezembro.2004 (enquanto passeava)


Quase que atravessei uma parede. Só a fivela do cinto presa numa aresta de tijolo o impediu. Vou passar a andar nu. Deus Vivo e Rei Nu. Parece-me bem.

"ELE assim fez. Despiu-se. – Deixai o meu povo adorar a beleza – disse ELE – para que possais então ser dignos dos olhos que tendes. Verás então o belo com os teus olhos, mas não hás-de comer dessa comida."
Miguel, 20: 1 -2






Eu hoje acordei assim...








29.Dezembro.2004 (O dia seguinte)


Dominar a blogosfera está a revelar-se enfadonho. Ontem um blogue causou-me uma indigestão divina. Ao acordar não comi blogues, só debiquei um cházinho e um scone com pouca manteiga. A noite também foi muito mal dormida. Sonhei com gajos de collants aos saltos. Vou sodomizar uns blogues para ver se isto passa.

Bem me parecia que o outro era meio abichanado. Daí ser tão fácil de controlar.





terça-feira, dezembro 28, 2004








28.Dezembro.2004 (depois de almoçar 6 blogers)


Consegui caminhar na água.

Próxima tarefa: espezinhar este verme.






28.Dezembro.2004 (O dia em que tudo mudou)


E numa ínfima fracção de tempo, a blogosfera, como a conhecemos, se desmoronou. A ORIGEM DO AMOR iniciou a sua investida aglutinante, percorrendo todos os trajectos binários da rede, engolindo os blogues um a um. A partir deste dia, que ficará conhecido nos livros de história como THE BIG TAKEOVER eu sou, por mim próprio, coroado Deus Vivo e Rei da blogosfera.

“E se eu disser que a noite é dia, assim será; e se eu disser que o mar é o céu, assim será, e se eu disser que o barnabé é o acidental, assim será; pois eu tudo comando, do frescos ao link, do post ao publish, do meter ao cosmos, e quem o negar condena-se a sofrer, assim como condena todas as gerações futuras. Pois eu sou ELE.”
Blogésis, Miguel 2:8-11






A todos os que pensam procurar asilo e amparo na senhora que mandava nisto tudo: a senhora, já não manda nada. Aprisionada está, num lugar fora do tempo e da matéria. Enjaulada está num universo onde é impossível pensar, e se não pensa, não existe. Não mais irá “acordar assim”. Foi avisada, foram todos avisados. Ninguém me ouviu. O ponto sem retorno foi ultrapassado.
Ajoelhem perante o vosso rei!





segunda-feira, dezembro 27, 2004


A Origem da Tragédia


Nem a menção amigável do Luís, que fez eco na blogotinha, alcançaram acalmar a minha ira. Nem um prémio, já aqui o disse, e passada esta quadra do perdão e paz, a vingança será temida e sentida em toda a blogosfera. A Origem do Amor será o epicentro da tragédia que se irá abater por todos os blogues, e já vejo as suas autoras e autores a gritar desesperados, sem saber o que fazer. A Dona Carla (esqueceu-se de incluir Miguel na sua análise ao pesadelo) será o primeiro alvo a abater, pois se atingirmos a base, toda a estrutura se desfaz num dominó caótico e impotente. O resto do dia será passado na companhia de Nietzsche, e de Hacking in 24 Hours, enquanto pela casa ecoa o “All by Myself” de Rachmaninov. Preparem-se. Não vai ser bonito de se ver. O sono da razão criou um monstro.





domingo, dezembro 26, 2004


Dois mil e quatro numa só palavra


cobardia
s. f.,
acto próprio de cobarde;
medo;
ânimo traiçoeiro.





sábado, dezembro 25, 2004


Ilusionismo


"A mentira positiva tem esse efeito: desacredita não o mentiroso mas o mentido, na medida em que subverte a identidade do outro. Este outro, ao qual mentimos ( e que acredita), passa a ser uma personagem construida por nós."






sexta-feira, dezembro 24, 2004


O Perdão (ou, mesmo sem esquecer que ninguém me deu um prémio)


Feliz Natal a toda a blogosfera.







Confirma-se...


que o melhor local para sentir o Fantasma da Ópera continua a ser o Her Majesty’s Theatre e, de preferência, seguido de um chocolate quente, bebido lentamente enquanto se atravessa o frio de Regent Street.





quinta-feira, dezembro 23, 2004


Les enfants portugais


A minha relação com as crónicas, e opiniões, de Clara Ferreira Alves teve altos e baixos. Textos houve dos quais desisti a meio, outros que li com gosto, alguns que me irritaram, e dois ou três que acabei por guardar. Acho que esta é a minha relação com a maior parte dos escritores do dia-a-dia, exceptuando os casos extremos de Luís Delgado e Ferreira Fernandes, o primeiro pela negativa, o segundo pela positiva. Li a entrevista de Clara Ferreira Alves ao Independente. Durante as suas respostas, percorreram-me todas as experiências que atrás referi, irritando-me em certas passagens, concordando com algumas, compreendendo outras. Agora o que o Independente faz, com a escolha das frases para o cabeçalho, e o que a blogosfera fez, comentando apenas a frase “chavão” escolhida pelo jornal, é apenas mais um exemplo da infantilidade que tanto caracteriza a nossa sociedade pensante. Nunca gostei de estereotipar (não tenho jeito para trabalhos manuais), mas lá que Portugal é um país de slogans, lá isso é.






Ainda mais difícil


Die Schubladen

Du sollst geschlossene Schubladen
nicht öffnen: aus irgendeinem Grund hat man sie verriegelt,
und nun hast du entdeckt
der Schlüssel ist ein Zufall, der nicht zählt.
Du weißt, was du in den Schubladen findest:
Lügen. Lauter Lügen aus Papier,
Photographien, Gegenstände.
In den Schubladen liegt die Unvollkommenheit
der Welt, die unabänderliche Unvollkommenheit,
die Wunde, die dich immer wieder enttäuscht.
Die Schubladen wurden allmählich gefüllt
von Menschen, die so schwach sind wie du
und verschlossen von jemand, der weiser ist als du.
Ob vor einem Monat oder einem Jahrhundert ist unerheblich.






But AH! (The Landscape Painter Said)


"But ah! (the Landscape painter said,)
A brutal fly walks on my head
    And my bald skin doth tickle;
And so I stop distracted quite,
(With itching skin for who can write?)
In most disgusting pickle--"






Olha agora! (ou sobre uma rixa)


Mas afinal para quê tanta conversa? Não bastaria afirmar que o Monólogo é uma merda? Mania que o português tem de complicar tudo.






The Owl and the Pussycat




I
The Owl and the Pussy-cat went to sea
    In a beautiful pea green boat,
They took some honey, and plenty of money,
    Wrapped up in a five pound note.
The Owl looked up to the stars above,
    And sang to a small guitar,
'O lovely Pussy! O Pussy my love,
      What a beautiful Pussy you are,
          You are,
          You are!
What a beautiful Pussy you are!'

II
Pussy said to the Owl, 'You elegant fowl!
    How charmingly sweet you sing!
O let us be married! too long we have tarried:
    But what shall we do for a ring?'
They sailed away, for a year and a day,
    To the land where the Bong-tree grows
And there in a wood a Piggy-wig stood
    With a ring at the end of his nose,
          His nose,
          His nose,
With a ring at the end of his nose.



III
'Dear pig, are you willing to sell for one shilling
    Your ring?' Said the Piggy, 'I will.'
So they took it away, and were married next day
    By the Turkey who lives on the hill.
They dined on mince, and slices of quince,
    Which they ate with a runcible spoon;
And hand in hand, on the edge of the sand,
    They danced by the light of the moon,
          The moon,
          The moon,
They danced by the light of the moon.







Mrs. Jaypher


to be read "sententiously and with grave importance"

"Mrs. Jaypher found a wafer
Which she struck upon a note;
This she took and gave the cook.
Then she went and bought a boat
Which she paddled down the stream
Shouting, "Ice produces cream,
Beer when churned produces butter!
Henceforth all the words I utter
Distant ages thus shall note--
'From the Jaypher Wisdom-Boat.

Mrs Jaypher said it's safer
If you've lemons in your head
First to eat a pound of meat
And then to go at once to bed."






His Garden


"And this is certain; if so be
You could just now my garden see,
The aspic of my flowers so bright
Would make you shudder with delight.
And if you vos to see my rozziz
As is a boon to all men's nozziz,--
You'd fall upon your back and scream--
O Lawk! O criky! it's a dream!"





quarta-feira, dezembro 22, 2004



Armchairia comfortabilis







Manypeeplia Upsidownia






EPITAPH


"Beneath these high Cathedral stairs
Lie the remains of Susan Pares.
Her name was Wiggs, it was not Pares,
But Pares was put to rhyme with stairs."












A blogosfera, esse antro de traição


Ainda ninguém me deu um prémio. Em Abril, minhas caras, meus caros, ajustam-se contas com requintes de malvadez. Como forma de protesto, não ofereço mais nenhuma palavra, ideia, ou pensamento até ao Natal. Este espaço fica temporariamente ocupado por Edward Lear. Na verdade, a linha editorial (inventada nos últimos 30 segundos) mantém-se a mesma. Os meus sinceros votos para todos vós são:

Não há premiozito, não há desejosito!

Forretas!
Abjectos!
Ergumenos... hmm... erguemo-nos... hmmm... eructemo...





terça-feira, dezembro 21, 2004


Sobre prendinhas


Tens razão Rui, mas a verdade é que Spiegelman, Schulz, e Weber nunca nos são oferecidos.






The Table and the Chair




I
Said the Table to the Chair,
'You can hardly be aware,
'How I suffer from the heat,
'And from chilblains on my feet!
'If we took a little walk,
'We might have a little talk!
'Pray let us take the air!'
Said the Table to the Chair.

II
Said the Chair to the table,
'Now you know we are not able!
'How foolishly you talk,
'When you know we cannot walk!'
Said the Table with a sigh,
'It can do no harm to try,
'I've as many legs as you,
'Why can't we walk on two?'

III
So they both went slowly down,
And walked about the town
With a cheerful bumpy sound,
As they toddled round and round.
And everybody cried,
As they hastened to the side,
'See! the Table and the Chair
'Have come out to take the air!'



IV
But in going down an alley,
To a castle in a valley,
They completely lost their way,
And wandered all the day,
Till, to see them safetly back,
They paid a Ducky-quack,
And a Beetle, and a Mouse,
Who took them to their house.

V
Then they whispered to each other,
'O delightful little brother!
'What a lovely walk we've taken!
'Let us dine on Beans and Bacon!'
So the Ducky and the leetle
Browny-Mousy and the Beetle
Dined and danced upon their heads
Till they toddled to their beds.


Nonsense Songs, Edward Lear






Eu (ou um ano e meio de blogosfera)








O meu jantar de natal da empresa


1. A minha mulher aqueceu uns bifes e umas batatas.
2. Vimos a Sic Comédia.
3. Lembrei-me do IVA e fui ver onde meti o raio dos recibos verdes.





segunda-feira, dezembro 20, 2004


Peanuts


‹‹An old shoe is easier to invest with comic personality than is, say, a photograph of Cary Grant. The blanker the slate, the more easily we can fill it with our own image.››
Jonathan Franzen







Não sejamos egoístas


Com Incredibles a Pixar pode estar a dar um tiro no pé. Desde Toystory em 1995, a empresa de “bonecos” do visionário Steve Jobs introduziu na animação para o grande público um novo equilíbrio entre pais e filhos, com personagens e situações estimulantes para as crianças, muito coolness dirigido aos adolescentes, e piadas inteligentes dirigidas aos adultos, mantendo no entanto uma “moral” compreendida por todas as classes etárias. Neste novo filme a Pixar abandona claramente as crianças e, aqui e ali, os adolescentes, entregando-nos o filme de bandeja a nós, os adultos. Nós gostamos do ambiente, das referências, da critica social às nossas vidas vazias, dos nossos desejos e ambições. Os adolescentes bocejam e aproveitam para trocar sms. As crianças olham em volta, mexem na roupa, e agitam-se nas cadeiras. Espero que a Pixar se fique por aqui na experiência, para que nós continuemos a rir, para que os adolescentes comentem durante semanas, para que as crianças não consigam sequer pestanejar. É que para nós, os graúdos, existe muita escolha, mas para eles...

O conto que antecede o filme acaba por sublinhar este texto.





domingo, dezembro 19, 2004


Humor inspirado no sublime


A “nossa” nova loja (dedicado ao Francisco, ao Daniel, e a outros que eu não sei).






4+1=1?


Serei eu que avalio mal as pessoas ou o Pedro está aborrecidíssimo no Eixo do Mal? É que o programa é um prato deveras estranho, amalgamando receitas de lugares comuns com ingredientes familiares, apresentados como exóticos, e servido num daqueles restaurantes em que a louça é mais importante que o pitéu. Fico sempre com a leve sensação que o Pedro anseia por um gourmet nunca antes provado, e vê-se obrigado a debater um bitoque.





sábado, dezembro 18, 2004


Efeito Skip


Efectuei com aprumo e suor a actualização de links que se impunha. Os que saltaram escusam de se indignar. A regra agora é: enquanto não escreves, saltas, quando voltares, regressas.

Não posso deixar de referir um blogue que, mesmo não estando nos meus links, serve como comprimido para os dias em que ando torto. No Bananada de Goiaba, a página de entrada é aconselhada pelas maiores marcas de máquinas.






Ambrósio, apetecia-me algo...


sobre a virtualidade do dinheiro.






Não esquecer


Já me esquecia de entregar o prémio ao melhor joguinho da treta de 2004, ferramenta indispensável em qualquer local de trabalho, auxiliar máximo da produtividade.

Melhor joguinho da treta 2004 (ex aequo): Monkey Lander e Snake(*)

(*) Não aconselhado às mulheres que temem comer muito e ficar com o rabo grande






Os melhores de 2004


Claro que existe esse boçal falhanço em ter graça que são os Blóscares, logo não devia estar agora a fazer listas do que é melhor e pior em 2004. Mas a blogosfera tem agenda e quem não respeite estas regras não pode atingir o Olimpo dos génios que nada acrescentam. Logo, aqui vão as minhas escolhas para o ano que agora finda. Mesmo o que já existe de outros tempos tem aqui lugar, pois também o teve este ano na minha vida.

Melhor leitura: The New Yorker

Melhor visionamento: The Big Fish

Melhor forma de estar: Apple

Melhor remédio para a insónia: Suplemento Y

Melhor estupidez: Ténis na Sneakers Delight ao dobro do preço dos originais.

Melhor DVD: Lunes al Sol

Melhores scones: Padaria "A Padeirinha d'Arruda" em Arruda dos Vinhos

Melhor esplanada: TwinTowers das 22:30 às 24:00

Melhor blogue: A Origem do Amor





sexta-feira, dezembro 17, 2004


Até segunda (ou a maneira de evitar os pensamentos de sábado e domingo)


Alternativa ao silêncio, aqui.






Pensamento de quinta e sexta


Ainda não pensei nisso.





quarta-feira, dezembro 15, 2004


A arte a partir da arte


Já não bastava o outro que partiu o urinol, agora aparece-nos este.






The Grinch that stole christmas


Fui às prendas. Na Fnac, comprei dois livros cujos títulos aqui não posso divulgar para não estragar admirações. Os exemplares que levei, eram os últimos disponíveis. Saí da Fnac com um sorriso maquiavélico no rosto. O Natal é a celebração máxima do ego.






Pensamento de quarta (mais lá para o almoço)


Chegou finalmente a New Yorker. A data na capa indica 29 de Novembro (este ano vou oferecer calendários aos serviços internacionais de correio). A boa notícia é que vem recheadinha de Charlie Brown. Não sei se este artigo é para compensar o atraso, mas como a quadra do perdão se aproxima vou também eu agradecer ao senhor responsável pela entrega das revistas. Obrigado Giving.






Pensamento de quarta


A diferença entre os utilizadores de Pc’s ou de Macintosh, é a mesma que entre católicos e agnósticos. No caso dos primeiros, tudo se resume a uma questão de fé.





terça-feira, dezembro 14, 2004


Pub


Nunca compreendi as salas de estar e restantes divisões das casas dos anúncios publicitários. Demasiado arrumadas, demasiado acéticas, demasiado clean, cool, look, nice. Nas casas dos anúncios não vive ninguém. Ou, ao que parece, ninguém que desarranje, que manche, que parta, logo ninguém que folgue, seja, ou faça. A publicidade vende-nos espaços desinfectados, onde se pode comer no chão, onde cada cor é cuidada, onde as proporções estéticas são computadas ao milímetro. A publicidade vende-nos o nada.






Pensamento de terça


Se a merda da New Yorker não chegar hoje escrevo para lá!





segunda-feira, dezembro 13, 2004


Rapaz, aborrecido, convive


Quando se procura por origem do amor no Google a primeira indicação que surge é este blogue. Estou a pensar mudar o título para Classificados.






Safety procedures


Acho graça às instruções calmas e ponderadas que nos indicam o que fazer em caso de acidente e tragédia. Em caso de sismo, procurar uma mesa, ou uma ombreira, zonas afastadas de objectos que podem cair, árvores, postes, elevadores, etc. Calculo que não seja difícil. Aliás, deve ser tão fácil como seguir as instruções que nos são indicadas a bordo de um avião.






Pensamento de segunda


Este pais aborrece-me, as pessoas aborrecem-me, e o culpado devo ser eu.





domingo, dezembro 12, 2004


mal...


que a Margarida Rebelo Pinto seja paga para falar sobre ela própria na Sábado.






No baú (os textos de 2004), 1


Memória genética
Quem partilha o seu lar com um cão já ouviu, certamente, o seu companheiro de quatro patas ladrar, rosnar, e até ganir. Mais raro é o uivo. Um cão pouco uiva (alguns podem até nunca chegar a fazê-lo), mas quando utiliza esse dote vocal sentimo-nos transportados a um local estranho, e percorre-nos o corpo uma sensação inexplicável. Se caminharmos até a um tempo, milhares de anos atrás dos dias de hoje, veremos uma comunidade de seres humanos ancestrais. Capturaram uma loba e o seu lobito. A progenitora arde lentamente sobre o fogo libertando odores que prometem acariciar dentro de momentos os estômagos primitivos. Uns metros ao lado, uma criança brinca com o lobito. Os seres humanos observam, analisam, e compreendem. O lobo é domesticável. Num processo de selecção lobos mais ferozes e fortes ajudam na caça, outros mais dóceis acompanham as crianças. Separam-se os lobos aos poucos, cruza-se uma característica, adiciona-se outra, isola-se, cria-se. Milhares de anos à frente no tempo, uma comunidade de bairro. Uma criança brinca com o seu boxer, um casal passeia altivamente o seu Grand Danois, um Setter voa no ar caçando um disco de plástico, um Labrador guia um invisual. Todos eles, um exemplo gritante de Generation Gap, numa linhagem que acaba no lobito e que hoje se mostra com mil e uma variações. Uma das impressões genéticas nunca se apagou. O uivo. Quem sabe essa sensação estranha ao ouvi-lo não é algo que, também em nós, ainda não se apagou desde o tempo em que pintávamos na pedra.
26 de Fevereiro de 2004






Bateria de testes


Sempre tentei resistir à Quiz Madness que invadiu desde há muito a blogosfera. Sempre achei que era moda passageira, que acabava por ser apenas mais uma fase. Afinal, os quiz vieram para ficar. Daí que decidi, pela primeira vez, publicar aqui um teste. Aliás, vários testes, ou como se escreveu um dia no título de um excelente post do melhor blog nacional: uma bateria de testes.

Nível básico:
Fazer o teste

Nível intermédio:
Fazer o teste

Nível avançado:
Fazer o teste

Nível para incompreendidos:
Fazer o teste

Nível para anti-evolucionistas, parados no tempo (mais propriamente nas festas de aniversário dos colegas do preparatório):
Fazer o teste






elas+eles (ou sobre pessoas), 3


Ela, conduzia a sua carrinha numa via rápida deserta, a uma hora que não era para ela habitual. No leitor de cd’s os sons estranhos mas esclarecidos de Hail to the Thief dos Radiohead acompanhavam-na no regresso a casa. Nunca ficara a trabalhar até tão tarde e por isso estava fascinada com aquela estrada só para ela; um manto negro de liberdade com indicações espelhadas de caminhos que não ia percorrer. A faixa no leitor mudou. I Will, assim começou por afirmar o vocalista. Ela largou o volante, abriu os braços como um pássaro, e assim seguiu, cantando, durante a longa recta. Nunca percebeu porque o fez.





sábado, dezembro 11, 2004


Quais Marretas, qual Fedorento, qual carapuça...


18 de Maio
‹‹Rita escreveu-me pedindo informações de um leiloeiro. Parece-me caçoada. Que sei eu de leiloeiros nem de leilões. Quando eu morrer podem vender em particular o pouco que deixo, com abatimento ou sem ele, e a minha pele com o resto; não é nova, não é bela, não é fina, mas sempre dará para algum tambor ou pandeiro rústico. Não é preciso chamar um leiloeiro.
Vou responder isto mesmo à mana Rita, acrescentando algumas notícias que trouxe da rua, - a carta do Tristão, por exemplo, os agradecimentos do barão à filha, e esta grande peta: que a viúva resolveu casar comigo... Mas não; se lhe digo isto, ela não me crê, ri, e vem cá logo. Justamente o que eu não desejo. Preciso de me lavar da companhia dos outros, ainda mesmo dela, apesar de gostar dela. Mando-lhe dizer que o leiloeiro morreu; provavelmente ainda vive, mas há-de morrer algum dia.››

Memorial de Aires de Machado de Assis





sexta-feira, dezembro 10, 2004


A contaminação vai começar








Hã? (ou sobre economia de palavras)


Tudo começou quando se escreveu maus políticos. Pouco depois seguiu-se maus governantes, donde se partiu para a escrita de maus professores, logo maus alunos. Por associação directa ou indirecta, acabou por se escrever maus magistrados, maus engenheiros, maus médicos, maus carpinteiros, maus economistas, maus concorrentes, maus isto, maus aquilo, e muito mais maus. Qual a necessidade de se gastarem tantos vocábulos, tanto latim? Não bastará escrever maus íntimos?





quinta-feira, dezembro 09, 2004


O Espírito de Natal (ou o fim da demagogia), 2



Bugatti Veyron, opção: azul






Relembrar


O Memória Virtual está a fazer uma viagem em jeito de flashback ao “nosso” ano. Ai eu acho que é de ir lá!






Sobre doçura e malvadez, e suas relações com o conhecimento


As pessoas boas, leia-se de bom íntimo, de boa fé e boas amizades, acabam sendo mais inteligentes do que as pessoas más. Não são questões genéticas, não vem impresso no código humano. Tão pouco se trata de maior ou menor capacidade cognitiva. Cultura geral, compêndios mentalmente arquivados, debates acesos na tertúlia dos sempre iguais, nada disto se torna esclarecimento para tal aumento no intelecto. Resume-se tudo, e apenas, a uma questão de abertura. Como tudo na vida.






Prontuário


O sinónimo mais usado para infidelidade é traição. Prefiro deslealdade. Uma palavra bela para algo feio.





quarta-feira, dezembro 08, 2004


Ambrósio, apetecia-me algo,


sobre propriedade intelectual e direitos de autor:
Malcolm Gladwell’s Something Borrowed






Senhores passageiros


A alternativa a Santana Lopes e, ou, Paulo Portas, poderá ser José Sócrates com o Bloco de Esquerda.

E agora? Inglaterra ou Espanha?







terça-feira, dezembro 07, 2004


O Espírito de Natal (ou o fim da demagogia), 1



Ténis Dolce&Gabbana






Pedido ao Pai Natal


Querido Pai Natal,
Por favor fuzila com bosta de rena todos os hipócritas que este ano voltarem com a conversa que o Natal se está a comercializar, e que as boas acções deveriam existir todo o ano, e que as pessoas andam desenfreadas na corrida consumista dos presentes, etc.
Obrigado

Miguel
P.S: Este ano portei-me bem.






Manobras de diversão


O discurso politico de Francisco Louçã é a repetição daquilo que as pessoas pensam, sem nada mais a adiantar.






E esta, hem?


Na página 69, da edição de 8 de Outubro de 2004 da The New Yorker, uma pequena ilustração no fundo da página suscita a mais inesperada das dúvidas. A ilustração em questão mostra-nos um livro, cheio de pequenos papéis a anotar passagens no seu interior. Na capa do livro, apenas um nome: Pessoa. Será, Pessoa?





segunda-feira, dezembro 06, 2004


O Elogio do Ovo (ou a destruição da batata)




Nem sequer pergunto porque razão se deve elogiar o ovo. Seja qual for o ponto de vista estamos perante um milagre da natureza, mas antes de me aprofundar na discussão do melhor dos alimentos concentremos a nossa atenção no prato que é necessário apreciar para sermos bons portugueses: o bacalhau cozido com batatas e ovo, bem regado de azeite. O grão? O grão não é para aqui chamado e, já agora, vamos colocar de lado o próprio bacalhau, focando o nosso estudo apenas na batata e no ovo.
Porque razão dizemos com batatas e ovo? Quem decidiu que o tubérculo em questão seria mais importante que o ovo, merecendo lugar de destaque ao surgir primeiro na ficha técnica? Afinal, quem pensa a batata que é? Ora, eu acredito que o prato em questão deveria ser acompanhado não de um mas sim de cinco ou seis ovos, estando a batata limitada, na sua presença, a uma unidade ou até mesmo à simples inexistência. O prato passa então a ser conhecido como bacalhau cozido com ovos e batata, ou bacalhau cozido com ovos. Fiel à crença nos benefícios de tal abordagem à gastronomia nacional, preparei durante anos uma campanha bem estruturada com o objectivo de permitir a abolição da batata e a posterior elevação do ovo ao mais alto patamar que merece: o topo da cadeia alimentar. Por falta de meios económicos e logísticos nunca me foi possível levar esta campanha até junto do grande público, situação que se veio a alterar com o nascimento da blogosfera. Confesso, a única razão da existência deste blog é criar uma audiência, uma base, que permita lançar toda a campanha já mencionada. Este mês de Dezembro, marcava o inicio de tão nobre iniciativa e tudo estava preparado. Foi então que caiu a Bomba. A Carla, sem consciência na sua acção, com a irresponsabilidade de não prever o impacto das suas palavras, veio fazer o elogio da batata, e uma vez que a Carla possui uma audiência vinte vezes superior à minha, pode ter deitado à terra, perdão, por terra, vários anos do meu trabalho. Cara Carla, a vingança é um prato que se come frio.

A Dona Carla começa por afirmar, pretendendo captar desde o inicio a atenção do leitor, que a batata existe há milhares de anos, um truque para envolver um tema desinteressante numa falsa aura de misticismo. Minha senhora, então e o infinito? E a eterna questão entre o ovo e a galinha? O que são milhares quando podemos ter biliões? E as questões Dona Carla, e as questões? Sendo a senhora tão interessada nas questões filosóficas, de onde provêm então esse enganador interesse no tubérculo? Qual é então, diga-me, a filosofia da batata? Será a boçal questão de a passar quente ao próximo? Siga o meu conselho e concentre-se no ovo. Verá surgir perante si um vasto horizonte de maravilhosas questões e surpreendentes enunciados; discussões acaloradas sobre criacionismo e evolucionismo; quem sabe até a resposta para o eterno paradigma: Quem somos? Para onde vamos?
Sim, porque sem ovo a senhora não era nem poderia ser, e passo a citar: ”Em todos os seres vivos, animais e vegetais, o ovo é o primeiro estado de embriogénese. É o resultado da união de células gameticas, diferenciadas ou não, contendo maior ou menor quantidade de reservas, a partir das quais se edifica o embrião.”. Então Dona Carla ... a batata?

Mas a Carla não se fica por aqui. Escondendo-se atrás de volumosos e poeirentos manuais britânicos, atira-nos para os olhos letras do abecedário seguidas de números, aproveitando-se do desconhecimento da maior parte de nós, comuns mortais, nas intricadas e complexas questões da simbologia. Resguarda-se em nomenclaturas tais como “C”, “B6”, e outras, limitando assim a compreensão simples do assunto sobre o qual escreve. Este comportamento é feio, ou seja, não é bonito de se ver, e o leitor, adormecido e hipnotizado que está depois do uso de tão esguia técnica expositiva, chega mesmo a acreditar que a batata não engorda. Não contente com a ilusão propositadamente provocada, a Carla aproveita ainda para lançar as culpas no inocente molho, que estava sossegado e descontraído no seu lugar. Esta batata revela-se afinal repleta de pregos cravados. Faça como eu Dona Carla e não se esconda por detrás de tão inglórios artifícios da escrita. Ao contrário de si, para descrever o ovo eu apenas necessito de ser sincero, dirigindo-me directamente ao leitor que estará aberto ao entender as minhas palavras simples. Por exemplo: os nutrientes do ovo são muito bons, e tudo, e tudo.

O pior está ainda para vir. A meio do texto e, aproveitando-se do facto de nesta fase da leitura estarmos já completamente baralhados, a Dona Carla rasteira-nos com a seguinte afirmação: “Pode não se gostar de batata cozida, mas gostar-se de batata frita”. Aqui, a Carla recorre ao uso das vis ferramentas que tornam a literatura light feminina um abjecto sucesso de vendas: recorre ao estereótipo, apresentando-nos personagens facilmente identificáveis mas vazias, com o intuito de nos agarrar à sua deturpada visão. Usa a mulher, traída pelo marido, que aprecia batata cozida; ou a dona de casa, solitária e triste, que só encontra conforto no consumo da batata frita. Estas personagens, inócuas que são, apenas servem o propósito de mascarar a história de algo que não é, não ensinando nada sobre a condição humana. É mais uma técnica, fria, camuflada, que mais tarde acaba por juntar-se à referencia à fome e à miséria, enunciando casos na história que apenas visam provocar a lágrima fácil no leitor e a vitimização da batata. Chega até a usar instituições de prestigio para servir estes propósitos da noticia choque. Pois fique sabendo, Dona Carla, que liguei para a ONU e a Dona Rosário, telefonista que muito estimo, me informou não existirem tais directivas que menciona no seu texto, aproveitando também para me avisar: - Cuidado com essa senhora que pela batata é capaz de tudo.

Podia continuar, lançar aqui dezenas de argumentos que provam a superioridade do grandioso ovo face à comum batata, mas acredito que as pessoas sabem julgar por si próprias e, depois desta chamada de atenção, não se vão deixar enganar pela sua cabala. A Carla, inteligente que é, soube logo colocar de parte o arroz e os restantes tubérculos, sem no entanto mencionar o ovo, numa astuta manobra de diversão que pretende confundir os livres de espírito. Pensou que ninguém reparava? Que se limitava a seguir impune? Não. Felizmente existe este poder na blogosfera, o de clarificar, e alertar, informando. Informo-lhe até, que a sua movimentação poderá ter colocado irremediavelmente em risco a sua nomeação, e até mesmo a participação, nos bloscares do próximo ano.

Finalizemos então, atirando o passado para trás das costas, e resumindo em poucas palavras, o belo ovo:
Por tornar possível a vida em toda a parte do mundo, pelos bolos e chocolates, pela textura e cor, pela Páscoa, seja estrelado, cozido, escalfado, ou contenha surpresas no interior, o ovo é o verdadeiro alimento sublime.

O que mais se pode dizer da humilde batata? Nada, a não ser, não obrigada!





domingo, dezembro 05, 2004


Mais um dia, no país das cigarras


Aproxima-se vertiginosamente o inicio de mais uma semana de trabalho para todos os portugueses, o que representa o regresso aos pequenos jogos de computador online durante o dia. Aqui vai mais um pau para a fogueira da improdutividade (via desblogueador de conversa).






Is anybody nowhere?


Esta semana o debate sobre a SIDA voltou aos jornais, rádios, e televisões, assinalando o Dia Mundial. Regressam (embora devessem estar sempre presentes) palavras como África, cura, toxicodependência, homossexualidade, LiveAid, entre outras. Aos poucos, parece que adormecemos, que deixamos de tomar atenção. Situação similar se passa com os acidentes de viação que nos entregam os mesmos números anualmente provocando-nos uma mórbida e letal habituação ao que se passa nas estradas portuguesas. Por vezes, de forma a alertar é necessário evoluir no discurso e na forma de passar a mensagem. O mais “fresco” que li nestas últimas semanas foi a crónica de Michael Specter, intitulada Nowhere que me deu a conhecer as palavras mais recentes de Larry Kramer (aliás, que me deu a conhecer o próprio Larry Kramer). Felizmente, a crónica já se encontra online.

“Does it occur to you that we brought this plague of aids upon ourselves? I know I am getting into dangerous waters here, but it is time. With the cabal breathing even more murderously down our backs, it is time. And you are still doing it: you are still murdering each other. . . . From the very first moment we were told, in 1981, that the suspected cause was a virus, gay men have refused to accept responsibility for choosing not to listen, and, starting in 1984, when we were told it definitely was a virus, this behavior turned murderous.”

Podem encontrar aqui o discurso completo de Larry Kramer.

Assustadora e surpreendente é também a entrevista A Disappearing Country em que Michael Specter analisa o problema da SIDA na Rússia (o artigo em questão, The Devastation, não se encontra, ainda, online).

[UPDATE]: Não sei se isto será legal mas uma vez que considero a leitura deste artigo obrigatória coloquei uma versão do artigo The Devastation disponível para download no meu servidor netcabo. Necessitam de ter o Acrobat Reader para visualizar o ficheiro.






Natal, o que é?, 1


O Pai Natal, Parte 1
O senhor risonho das barbas brancas é talvez o nosso primeiro contacto com o conceito de um mito. Sabemos que as crianças vivem o momento, não pensando no futuro, ou no passado, e por isso só em Dezembro voltam a lembrar-se da misteriosa existência do Pai Natal. As visitas à cozinha passam a estar marcadas por olhares desconfiados em direcção à chaminé; a pequena representação é retirada do topo da árvore e ficam a olhar para ele; e na última noite é vê-los de pijama, cotovelos no parapeito, olhando o céu e embaciando os vidros com a respiração. Nenhuma criança aguenta uma directa, e esta a explicação para a força do mito do Pai Natal. Daí que as mães e os pais, inteligentes, entregam os presentes na manhã do dia 25. O Pai Natal esteve em casa, e para o ano vai voltar, até aquele dia em que o Pai Natal não volta, porque não existe, mas entretanto a mítica encheu a imaginação e ficará para sempre como o adorável senhor bonacheirão.

A figura “real” que poderá ter originado a invenção do Pai Natal é São Nicolau de Mira, que viveu no século IV em Anatólia (actual Turquia) cuja reputação de caridade (só não é grande entre os cristão ortodoxos) deu origem a lendas que contam os milagres feitos em favor dos pobres e infelizes (numa das lendas o santo livrou as três filhas, de um homem pobre, da prostituição atirando um saco de ouro pela janela). Na idade média, a devoção a Nicolau estendeu-se a todas as partes da Europa. Tornou-se o santo padroeiro da Rússia e da Grécia; Milhares de igrejas Europeias foram dedicadas ao seu nome; representava o santo das crianças; marinheiros; solteiras; mercadores, etc. Os milagres de São Nicolau eram um dos tema favoritos para os artistas medievais .
Após a reforma protestante, o culto a São Nicolau desapareceu em todos os países protestantes excepto na Holanda, onde a sua lenda persistiu (Sinterklaas, uma variação holandesa do nome do santo). Os colonizadores holandeses levaram consigo esta lenda até Nova Amesterdão (agora New York City) no século XVII. O nome Sinterklaas foi adaptado para o Inglês (a língua mais falada no território colonizado) tornando-se Santa Claus, enquanto que a sua lenda acabou por se fundir com contos tradicionais dos países nórdicos Europeus onde um mágico punia as crianças más e recompensava as crianças boas.

Actualmente a nossa visão e representação do Pai Natal está mais ligada a um conjunto de três eventos ocorridos a partir de 1800 do que à lenda de São Nicolau: Um poema de Clement C. Moore (1823), um conjunto de ilustrações de Thomas Nast para a Harper’s Weekly (1863), e uma campanha da Coca-Cola (1931-1964). De São Nicolau apenas resta a noção de alguém bondoso que vestia um fato vermelho e branco (as vestes tradicionais dos bispos da época). Mas essa história fica para mais tarde. Agora é chegada a hora do deitar.

(A seguir: O Pai Natal, Parte 2)

[update]: Neste site podem encontrar vários livros sobre São Nicolau.





sexta-feira, dezembro 03, 2004


Questionário


Luís Delgado: «O Presidente da República só pode demitir o Governo quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas, ouvido o Conselho de Estado.» Este é o artigo 195 da Constituição da República Portuguesa, em que o PR tem de se basear para fundamentar a sua extraordinária decisão. Qual era a instituição democrática que não estava a funcionar regularmente?
Resposta: Sim, talvez possas perder o emprego.

Luís Delgado: Qual a situação grave, muito grave, que gerou esse bloqueio institucional, que levou o PR a decidir pela dissolução, a interromper uma legislatura e a desfazer uma maioria absoluta? Nem Soares se atreveu a tanto, com Cavaco.
Resposta: Talvez ajude enviar um currículo ao Inimigo Público . O estilo de escrita é igual ao teu.

Luís Delgado: Que Governo, em apenas quatro meses, e assumindo funções inesperadamente, está na plenitude das suas capacidades, ou com suficiente caminho andado, e maturidade governativa, para poder ser avaliado de uma forma tão explosiva?
Resposta: Vá, não sejas tão mimado. O importante é não entrar em pânico. Sentas-te com um bloco e uma caneta e fazes uma lista de locais que te possam acolher.


Luís Delgado: Das condições colocadas pelo PR em Julho, na economia, defesa e política externa, qual é que foi gravemente distorcida, ou violada, para Sampaio se precipitar? Sendo consensual que a Defesa e os Negócios Estrangeiros estão tranquilos, só resta a explicação da Economia e Orçamento. Espantoso, então, que o PR queira o OE de 2005 aprovado, e que esse argumento se aplique num país cujo PIB em 2004 pode crescer até 1,5 por cento.
Resposta: Mas é difícil porquê? Com determinação não existem impossíveis para o homem! Olha, vou-te emprestar um livro do Kahlil Gibran.

Luís Delgado: Qual foi, afinal, o factor de instabilidade? Belém ou São Bento? Quem é que mandava recados, permanentes, de dissolução iminente? Quem pode governar assim?
Resposta: Já estou a perder a pachorra Luís! Se não queres ser ajudado então ajuda-te a ti próprio... o quê? Dá mau resultado? ... Tu lá sabes.






As mais sinceras desculpas


Eu prometi escrever um artigo sobre a crença no Pai Natal, mas o Luís Delgado adiantou-se.





quinta-feira, dezembro 02, 2004


Homos Frustradus


Não sei se este caso passado na FNAC é verídico, mas aqui fica o alerta. Não me admira que tudo isto se tenha passado pois neste pais ainda é comum os abjectos mentecaptos frustrados exercerem o poder através da força física. Fechem-se estas pessoas num ambiente favorável ao seu desenvolvimento mental: numa jaula

Aqui, aqui, e ainda aqui.






E salta, e salta, olé!


Peço desculpa a todos mas, agora que o Governo vai saltar, chegou a altura das últimas homenagens. A minha é a homenagem Gomes da Silva. Este blogue, deixou de ter contraditório. Para comentar, usar o correio.

Parafraseando uma amiga minha: Estou farta do "gostei", "continua", "bom ponto de vista", e "vai em frente".

"Na sociedade humana - dizia-nos Mr. Ringold - pensar é a maior de todas as transgressões"

E assim foi, o primeiro momento snob da Origem do Amor.








Repito


A obra mais influente da arte moderna é um urinol.






Um voto à rasquinha


A obra mais influente da arte moderna é um urinol.






Decidam-se


"Um governo de gestão deve limitar-se aos actos de gestão diária e corrente e não deve tomar medidas de fundo, como aprovar propostas de lei ou decretos-lei."

Afinal em que ficamos? Posso ou não posso fumar?






Eu hoje acordei assim








Retomar a agenda


Agora que acabaram as 24 horas de Alf posso regressar aos temas relevantes da actualidade. Para mais logo, fica desde já prometido, um artigo sobre o Pai Natal.








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